Azia ocasional, aquela alimentação que não caiu bem no estômago, desconforto frequente é umas das reclamações comuns nos consultórios médicos. E a causa desse mal estar, que está se tornando cada vez mais comum, tem nome e sobrenome, chama-se Refluxo Gastroesofágico.
Um estudo norueguês revela que o número de pessoas que sofrem de refluxo ácido, pelo menos uma vez por semana, subiu quase 50%, nos últimos 10 anos. As mulheres parecem ser mais suscetíveis à doença do que os homens. Isso se dá devido aos mais hábitos alimentares, que ainda permanecem no dia-a-dia da população. “Alimentação gordurosa, sedentarismo colaboram para o desenvolvimento da doença”, explica o médico Mateus Martinelli de Oliveira. Vale salientar que todas as pessoas tem refluxos ocasionais, porém o problema acontece quando o refluxo não é decorrente apenas dos exageros à mesa, “se acontecer mais de uma vez por semana, existe uma suspeita da doença, e deve ser pesquisada”, avalia Martinelli.
Segundo Martinelli, após detectada a doença, o paciente pode ser tratado clinicamente. “O tratamento inicialmente é com a mudança de hábitos e com a medicação, os chamados inibidores de bomba de prótons. O tempo de uso do medicamento varia em torno de 4 a 8 semanas”, explica Martinelli. Em alguns casos, a cirurgia é necessária , principalmente quando existe um contato prolongado do esôfago com o suco gástrico refluído podendo provocar feridas, conhecidas como esofagite, ou menos frequente as úlceras. Segundo Martinelli, em alguns casos, a inflamação crônica pode facilitar o aparecimento do esôfago de Barrett que predispõe ao câncer de esôfago.
Para quem sofre com refluxo, Martinelli afirma que alguns cuidados e algumas mudanças nos hábitos de vida devem ser tomados, como por exemplo : não fumar, elevar a cabeceira da cama cerca de 20 cm, evitar roupas muito justas, iniciar uma dieta fracionada – ou seja, comer várias vezes ao dia em pequenas quantidades e evitar alimentos que prejudicam a digestão e facilitam o refluxo, como frituras, gordurosos, chocolates, alho, cebola e café.
Para os pacientes indicados à cirurgia, a recuperação é simples, porém necessária uma dieta especial pelos primeiros trinta dias. “No início ingere-se alimentos mais líquidos e com o passar do tempo aumenta-se a consistência”, avalia Martinelli. “Procure sempre a ajuda de especialistas, pois assim você poderá ser orientado sobre o melhor conjunto de atitudes para o seu caso — ressalta o médico