Durante anos, o sal foi considerado o grande vilão para quem sofre de pressão alta. Isso porque diversos estudos indicam que o sódio presente no tempero eleva o risco de acidentes vasculares cerebrais em 25% e seria o responsável por 3 milhões de mortes no mundo anualmente. Mas uma nova pesquisa realizada por cientistas de Nova York e do Kansas, nos Estados Unidos, aponta que o açúcar está mais relacionado ao aumento da pressão do que o sódio.
Em artigo publicado no American JournalofCardiology, especialistas liderados pelo Dr. James DiNicolantonio argumentam que os níveis elevados de açúcar no sangue afetam uma área-chave do cérebro, chamada hipotálamo, que faz com que a frequência cardíaca acelere e a pressão suba.
Esse seria apenas mais um dos inúmeros malefícios do açúcar, já comprovadamente responsável por problemas como diabetes, síndrome metabólica (principal causa de obesidade), hiper e hipoglicemia, refluxo, doenças cardíacas e vários tipos de câncer, só para citar alguns.
Pesquisa desenvolvida pelo Centro Médico da Universidade de Leiden e pela Unilever mostrou, pela primeira vez, que existe relação entre açúcar e envelhecimento. Pessoas com nível mais alto de açúcar no sangue aparentam ser mais velhas. A proporção, segundo o estudo, é de cinco meses a mais de idade para cada aumento de 1 mmol/litro de açúcar no sangue. Isso porque os açúcares são verdadeiras fábricas de radicais livres. Eles se acumulam lentamente ao longo do tempo, acelerando o processo de envelhecimento celular e, consequentemente, o aparecimento de rugas e linhas de expressão.
Outro estudo aponta que o açúcar branco pode desativar o sistema imunológico e prejudicar as defesas do organismo contra doenças infecciosas. Isso porque o açúcar pode alterar a capacidade das células brancas do sangue de destruir as bactérias.
Um fato ocorrido nos Estados Unidos evidencia essa questão. Durante uma epidemia de pólio em 1949, na Carolina do Norte, o Dr. Benjamin Sandler promoveu a ideia de que o açúcar era o fator que mais contribuía para se contrair a doença. Com o auxílio de publicidade na emissora de rádio local e nos jornais, ele pediu aos pais que ajudassem os seus filhos a parar de consumir sorvetes, doces, e outros produtos açucarados, principalmente durante o calor. Felizmente o temor à epidemia fez com que as pessoas dessem ouvidos à advertência, e a incidência de pólio na Carolina do Norte caiu 90% em 1949, em comparação com as regiões vizinhas e outros surtos anteriores.