O aumento no preço dos medicamentos pode levar até dois meses para chegar às prateleiras, por causa do estoque mantido pelas farmácias e drogarias, segundo o presidente da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj), Luis Carlos Marins. Ele explicou que a indústria reajustou os preços desde a semana opassada e as tabelas com os novos valores já chegaram às farmácias, mas a maioria ainda mantém o preço antigo e só mudará conforme a reposição dos produtos.
“A orientação da associação e do próprio governo é no sentido de que, a partir de agora, os produtos que forem chegando vão recebendo os novos preços. O consumidor deve sempre procurar uma alternativa de comparar os preços. Isso faz parte do processo para que ele possa ter um desconto de maior valor agregado”, disse.
Marins ressaltou que o preço dos remédios não é determinado pela farmácia, mas fixado pela indústria e submetido à aprovação do governo, com margem de 26% para o revendedor. “O preço máximo ao consumidor é estabelecido pelo governo. A farmácia tem um caderno de preços que fica à disposição do consumidor, com o valor máximo que ela pode cobrar naquele produto. O varejo farmacêutico é o único segmento que ainda tem o preço controlado pelo governo”.
A pensionista Gesilda Maria Alves Ferreira, de 76 anos, gasta cerca de R$ 200 por mês com remédios para diabete, hipertensão e refluxo, pretende comprar uma quantidade maior de remédios aproveitando os preços ainda sem o reajuste. A aposentada Aldia Lourença de Santana, de 63 anos, passa por situação parecida. “O reajuste vai pesar no meu bolso. Como aposentada só ganho um salário. Gasto todo mês R$ 200 em medicamentos porque tenho problema de coluna, nos rins e no coração. Vai ficar mais difícil”, lamentou.