Aplicativos como aliados na gestão do trânsito nas cidades

Mesmo com as ponderações e as limitações à metodologia dos levantamentos realizados, é impossível negar o quanto os aplicativos que têm base na geolocalização podem contribuir para a mobilidade urbana das cidades

Mesmo com as ponderações e as limitações à metodologia dos levantamentos realizados, é impossível negar o quanto os aplicativos que têm base na geolocalização podem contribuir para a mobilidade urbana das cidades. Apresentam dados reais, em tempo real. O Recife, por exemplo, assim como muitas capitais, não calcula sequer o índice de congestionamento na cidade, mas poderia ter, ao menos, uma percepção aproximada e diária das retenções fazendo uso de dados disponibilizados por plataformas como Waze e TomTom. E tudo isso, vale ressaltar, de graça ou, no máximo, com um custo de ter uma equipe de profissionais capacitados para analisar as informações disponíveis.

Heber Cruz, um dos dez mil editores de mapas do Waze que atualmente estão ativos e é profissional da área de TI, é quem ensina. Morador do Recife, alerta que o trânsito da capital pernambucana tem problemas de congestionamentos que claramente seriam resolvidos com intervenções. E que muitos pontos de conflito viário da cidade – para sorte da população – ainda não chegaram ao patamar em que nem mesmo a tecnologia resolve. Ao contrário.

O que vemos é que a maioria das cidades não tem uma estrutura por trás para analisar as informações que disponibilizamos, o que impossibilita o uso dos dados. Mas algumas o fazem. A CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) de São Paulo, por exemplo, usa nossos dados para criar o índice de congestionamento divulgado diariamente. O Rio de Janeiro também virou parceiro do Waze. São informações que ajudam no planejamento das obras e das ações de trânsito em toda a cidade”,

Douglas Tokuno, coordenador de parcerias e do Waze Carpool para a América Latina

“Defendo que toda informação ajuda. E o trânsito do Recife tem engarrafamentos que claramente precisam de intervenção. Que estão relacionados com tecnologia da informação. Os gestores deveriam usar os dados de engarrafamento e ter controle dos semáforos. Você passa por um sinal livre e pega vários outros fechados. São muitos trechos pequenos de retenção por causa dos cruzamentos. A camada de dados de engarrafamento que o Waze disponibiliza, por exemplo, ajudaria muito. É um desperdício ter tanta informação e ver o poder público ignorá-la em geral”, lamenta.

Crítico, afirma que o desperdício é comum em muitas cidades brasileiras, com pouquíssimas exceções. “São Paulo talvez seja a cidade que melhor utiliza. O Rio de Janeiro, por exemplo, fez a parceria com o Waze porque estava às vésperas das Olimpíadas. Infelizmente, o que vemos é que o poder público despreza porque, como não tem o que ganhar, não se preocupa. Aplicativos como Waze podem ajudar na indicação de congestionamentos, retenções, veículos parados nas vias, sinistros de trânsito, alagamentos e até buracos, por exemplo”, ensina.

A utilização dos dados de georreferenciamento pelo poder público, inclusive, é algo desejado e estimulado pelos aplicativos. O Waze, por exemplo, tem o projeto Waze for Cities, aberto aos órgãos e empresas públicas interessadas. É uma troca de dados totalmente gratuita e disponível. A única necessidade, como já dito, é a disponibilização de uma equipe qualificada para analisar os dados.

Mas no Recife, no Brasil e no mundo, é quase regra o não aproveitamento dessas informações para a gestão do trânsito. “O que vemos é que a maioria das cidades não tem uma estrutura por trás para analisar as informações que disponibilizamos, o que impossibilita o uso dos dados. Mas algumas o fazem. A CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) de São Paulo, por exemplo, usa nossos dados para criar o índice de congestionamento divulgado diariamente. O Rio de Janeiro também virou parceiro do Waze. São informações que ajudam no planejamento das obras e das ações de trânsito em toda a cidade”, explica Douglas Tokuno, coordenador de parcerias e do Waze Carpool para a América Latina.

Tokuno lembra que o projeto Waze for Cities significa economia de tempo, fiscalização e dinheiro para os gestores. Existe há aproximadamente um ano e já reúne dois mil parceiros mundo inteiro, entre órgãos e concessionárias públicas. O Waze, vale destacar, é o maior app colaborativo do mundo.

* Número de usuários: mais de 140 milhões de usuários mensalmente ativos em todo o mundo
* Número de voluntários das Comunidades: 50 mil voluntários mensalmente ativos, incluindo editores de mapas, localizadores e testadores beta
* Número de editores de mapas: os mapas do Waze são atualizados por uma comunidade de mais de 500 mil editores de mapas (10 mil ativos mensalmente)
* Número de edições de mapas: mais de 18 milhões de edições de mapas são feitas todos os meses
* Número de usuários que reportam ativamente: mais de 8 milhões de usuários enviam relatórios mensalmente
* Número de incidentes reportados: 40 milhões de incidentes são reportados todos os meses
* Número de tradutores: os produtos do Waze estão sendo traduzidos para outros idiomas por cerca de 350 tradutores voluntários em todo o mundo
* Número de testadores beta: o Waze tem mais de 13 mil testadores beta ativos por mês tanto para Android quanto para iOS
* Número de parceiros do programa Waze for Cities em todo o mundo: mais de 1.900
* Número de idiomas em que o Waze está disponível: o Waze está disponível em mais de 56 idiomas
* Número de países em que o Waze está presente: o Waze está ativo em mais de 185 países em todo o mundo