Brasil cai para a 13ª posição no ranking de maiores economias do mundo

País foi superado pelo PIB da Austrália em 2021, segundo levantamento da Austin Rating. Entre 2010 e 2014, Brasil se manteve na 7ª posição e, desde 2020 está fora do top 10. Desempenho do PIB do Brasil em 2021 fica em 21º em ranking com 34 países

Mesmo com o crescimento de 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2021, o Brasil caiu de 12º para 13º no ranking das maiores economias do mundo, segundo levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating.

De acordo com o ranking, que compara o PIB dos países em valores correntes, em dólares, o Brasil foi ultrapassado em 2021 pela Austrália. Em 2020, a economia brasileira já tinha sido superada pelo Canadá, Coreia e Rússia, o que tirou o país da lista das 10 maiores economias do mundo.

Entre 2010 e 2014, o Brasil se manteve na 7ª posição. Em 2019, o Brasil ficou na 9ª posição e, em 2020, caiu para a 12ª. No pior momento, em 2003, ficou na 14ª posição. O ranking da Austin Rating faz o comparativo das maiores economias do mundo desde 1994. 

O Brasil teve no ano passado um PIB nominal de US$ 1,608 trilhão, segundo o levantamento, enquanto que o da Austrália ficou em US$ 1,614 trilhão.

O maior PIB do mundo em 2021 foi mais uma vez o dos Estados Unidos, com US$ 22,8 trilhões. China tem a segunda maior economia, com US$ 17,5 trilhões, seguida pelo Japão, com US$ 4,9 trilhões.

Segundo comparativo feito pela Austin, o desempenho do PIB brasileiro em 2021 ocupa o 21º lugar dentro de um ranking com 34 países, abaixo da média de 5,7% e dos avanços registrados por países como EUA (5,7%), China (8,1%) e México (4,8%).

O que explica a perda de mais uma posição

A perda de posição para a Austrália é explicada não só pelo resultado do PIB dos países em 2021, mas também pelo câmbio, em razão da forte desvalorização do real frente ao dólar no ano passado.

“O que vimos em 2021 foi uma volatilidade muito grande em torno da moeda brasileira em razão de um cenário fiscal bastante preocupante; a taxa média de desvalorização no ano foi de 4,4%. Já a moeda da Austrália praticamente não se desvalorizou”, explica Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Em sua pior marca no ano passado, o dólar chegou a bater R$ 5,79 em março, e encerrou o 2021 cotado a R$ 5,57, com uma alta acumulada alta de 7,47% em relação ao real.

Apesar do real ser uma das moedas com maior valorização em 2022, a avaliação da Austin é que o Brasil dificilmente irá melhorar a sua posição no ranking das maiores economias.

“Temos uma expectativa de crescimento menor do PIB em 2022, então isso já conta contra. Apesar da valorização da moeda brasileira neste começo de ano, acreditamos que por conta da inflação e da piora do cenário fiscal a taxa média de câmbio para o ano pode ficar em torno de R$ 5,45”, diz o economista.

As projeções de crescimento do Brasil seguem abaixo da média global e dos nossos concorrentes diretos. O Fundo Monetário Nacional (FMI) projeta um crescimento de apenas 0,3% do PIB brasileiro em 2022 e alta de 1,6%, bem abaixo da média mundial, ao passo que a estimativa para a Austrália é de avanço de 4,1% em 2022 e de 2,5% em 2023.

“O Brasil muito provavelmente não vai perder posição em 2022 porque está bem distante da Espanha, que é a 14ª colocada. O problema é que a gente deve se distanciar muito da Austrália. Para voltar a fazer parte das 10 maiores economias, o Brasil vai precisar remar muito. São quase US$ 200 bilhões de diferença para o país poder ultrapassar a Coreia, que é a 10º colocada e vem registrando crescimento constante nos últimos anos, em torno de 4%, e com pouca desvalorização da moeda. Vai ser difícil o Brasil voltar a figurar tão cedo entre as 10 maiores”, avalia Agostini. 

Histórico da posição do Brasil

  • 1994: 9º
  • 1995: 7º
  • 1996: 8º
  • 1997: 8º
  • 1998: 8º
  • 1999: 11º
  • 2000: 10º
  • 2001: 11º
  • 2002: 13º
  • 2003: 14º
  • 2004: 13º
  • 2005: 11º
  • 2006: 10º
  • 2007: 10º
  • 2008: 9º
  • 2009: 8º
  • 2010: 7º
  • 2011: 7º
  • 2012: 7º
  • 2013: 7º
  • 2014: 7º
  • 2015: 9º
  • 2016: 9º
  • 2017: 8º
  • 2018: 9º
  • 2019: 9º
  • 2020: 12º