Em cerimônia, nesta quarta-feira, no Palácio do Planalto, o governo anunciou R$ 200 milhões em créditos para empreendimentos de catadores de materiais recicláveis. O crédito é para ações que permitam a inserção de cooperativas no mercado da reciclagem e a agregação de valor na cadeia de resíduos sólidos.
No evento, foi lançado o edital para selecionar redes de cooperativas de recicláveis de todo o país para acessar recursos do programa. Dos R$ 200 milhões, cerca de R$ 170 milhões são recursos não reembolsáveis (sem necessidade de pagamento posterior), e aproximadamente R$ 30 milhões são reembolsáveis, de acordo com informações da Fundação Banco do Brasil.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, destacou o avanço das ações do Cataforte para absorver a mão de obra de catadores que vivam dos lixões. De acordo com Política Nacional de Resíduos Sólidos, os lixões devem ser extintos em 2014.
“Com isso você permite que pessoas que viviam marginalizadas passem a ser profissionais atuantes de forma cooperativada, o que é melhor. Portanto, dá um grau de profissionalismo a essa categoria, resgata a vida dessas pessoas e, ao mesmo tempo, dá uma inestimável contribuição à questão ambiental”, disse.
A integrante da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana de Londrina (Copersil), Verônica Cardoso, disse que a cooperativa reúne 238 trabalhadores e faz coleta em 84 mil domicílios de Londrina. Com a venda do material reciclado, os cooperados alcançam uma renda média mensal de R$ 1,3 mil. Na segunda fase do Cataforte, a Copersil foi beneficiada com caminhões e agora ela espera acessar mais recursos.
Os recursos poderão ser usados para estruturar cooperativas e associações para que haja condições de se prestar serviços de coleta seletiva para prefeituras, participar no mercado de logística reversa e fazer conjuntamente a comercialização e o beneficiamento de produtos recicláveis.
Nesta terceira etapa, a intenção é alcançar 35 redes, 200 empreendimentos solidários e mais de 10 mil catadores, de acordo com a Fundação Banco do Brasil.