College Counseling: como funciona profissão que ajuda estudantes a entrar em universidades estrangeiras

Harvard, Cambridge, Oxford, Yale. Passar pelos portões de universidades renomadas como essas é o sonho de muitos estudantes espalhados pelo mundo, e no Brasil não é diferente. No entanto, o caminho até uma dessas instituições mundialmente reconhecidas pode não ser tão simples para aqueles que não estão inseridos no sistema de ensino dos países em que elas estão acostumadas desde a Educação Básica. Uma das formas de alcançar esse objetivo é contar com a ajuda de um college counselor (conselheiro de faculdade, em tradução livre), um profissional dedicado a esclarecer dúvidas e auxiliar em todos os processos de candidatura para universidades estrangeiras.

Reginaldo Aguiar, formado em Business pela Ensign College de Salt Lake City e em Ciência Política pela Oregon State University, ambas nos Estados Unidos, encontrou sua verdadeira vocação na especialização em College Counseling pela Universidade da Califórnia. “Tive a oportunidade de cursar o ensino superior fora do país e acredito que esse tipo de vivência contribui muito para o amadurecimento pessoal e o crescimento profissional dos jovens. Foi assim comigo. Então, entendo como uma missão pessoal contribuir para que outros adolescentes tenham a mesma oportunidade”, conta. Atualmente, Aguiar atua como head de Counseling do Colégio Positivo, em Curitiba.

 

O que faz um College Counselor?

Mas afinal, o que faz um college counselor? Ainda pouco conhecida no Brasil, essa figura é muito comum em países como Estados Unidos e Reino Unido. Esse profissional atua como um representante da escola e mediador na relação dos estudantes com as universidades. Assim como os conselheiros vocacionais, o college counselor orienta os estudantes e oferece acompanhamento individualizado, auxiliando-os a criar candidaturas competitivas internacionalmente, de acordo com seus objetivos individuais.

“É muito mais fácil quando o estudante pode contar com um especialista que conhece profundamente não apenas as exigências de cada instituição no exterior, mas principalmente o estudante e seus objetivos. Essa proximidade é fundamental para construir candidaturas mais sólidas e competitivas”, explica Reginaldo, conhecido como Reggie. Além disso, é importante alinhar os objetivos do jovem com os interesses e critérios da família. Por isso, é imprescindível que o counselor conheça a realidade e o contexto em que seu aconselhado está inserido.

 

Planejamento é indispensável

Assim como qualquer objetivo de médio e longo prazo, fazer uma graduação no exterior não é uma decisão que pode ser tomada da noite para o dia. É necessário um planejamento cuidadoso e foco para tornar isso possível. Nesse sentido, o college counseling também pode ser útil. Já no início do Ensino Médio, é aconselhável que o adolescente comece a se preparar para esse objetivo. Afinal, o processo todo é composto por um total de 14 etapas.

Primeiro, é preciso conhecer o processo de admissão, tanto em instituições locais, quanto internacionais. Além disso, é oferecida orientação sobre os diversos requisitos de admissão para instituições de ensino superior ao redor do mundo, bem como uma orientação individualizada para alinhar os planos futuros e desenvolver uma estratégia curricular e extracurricular. Em seguida, o college counselor auxilia na seleção e finalização da lista de universidades de interesse do aluno, além de fornecer orientação sobre a documentação exigida. Nessa fase, também são elaborados os documentos de apresentação da escola, como o School Profile.

Posteriormente, é hora de enviar os históricos escolares, coordenar visitas às instituições de ensino superior internacionais e participar de feiras de carreiras e universidades. Além disso, são realizados simulados e testes vocacionais anualmente, bem como auxílio no cadastro para o SAT (Scholastic Assessment Test) – equivalente ao Enem nos Estados Unidos – e demais provas. O college counselor ainda dá suporte na elaboração de diversos modelos de redação e declarações pessoais necessárias para a candidatura, além de ajudar na preparação e tradução das cartas de recomendação escritas pelos professores da escola. Por fim, ele mantém uma comunicação constante com as instituições nas quais os alunos se candidataram para acompanhar o processo e esclarecer possíveis dúvidas relacionadas aos nossos alunos.

“É possível realizar todo esse processo sozinho, porém é muito mais difícil. Quando profissionais de outras áreas assumem esse papel às pressas e sem nenhuma especialização, isso pode prejudicar o projeto do aluno ou comprometer a qualidade dos resultados”, finaliza Aguiar.