Com vacina, morte de idosos por covid-19 cai 74% em Curitiba

Um levantamento realizado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba mostra os efeitos do avanço da vacinação contra a covid-19 na capital paranaense. Houve uma redução de 74% nos óbitos entre as pessoas com 60 anos ou mais, passando de 704 mortes em março deste ano para 186 em julho.

Os números de internamentos também acompanharam essa lógica, com uma queda de 77% no mesmo período e para a mesma faixa etária. Passaram de 1.594 para 365.

De acordo com o Centro de Epidemiologia da SMS, os dados já mostram os primeiros impactos da vacinação nesta parcela da população. Em março, apenas 52% das pessoas acima de 60 anos tinham a primeira dose. Em julho, já eram 98% com a primeira dose realizada. Em relação à segunda dose, em março, apenas 8% tinham a segunda dose. Em junho, 51%. Em julho, esse percentual subiu para 92%.

“A despeito do que falam de algumas marcas de vacina, é importante ressaltar que estes primeiros resultados positivos foram obtidos basicamente com a imunização com a Coronavac”, afirma a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak.

O grupo de idosos foi vacinado com Coronavac e Astrazeneca, primeiras marcas de vacina a serem disponibilizadas pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

As faixas etárias que receberam Coronavac (85 anos ou mais, 70-79 e metade de 65-69) foram completamente imunizadas (receberam duas doses) antes porque o intervalo para a segunda aplicação desta vacina é menor (de 21 a 28 dias). Grande parte dos vacinados com Astrazeneca (80-85, metade de 65-69 e 60- 65) recebeu a segunda dose recentemente, no final de julho, já que o intervalo entre as doses para esta vacina é de três meses. Portanto os impactos desta imunização com Astrazeneca ainda não foram completamente contabilizados nesta pesquisa da SMS.

Segundo a médica infectologista da SMS Marion Burger, a análise mostra que as vacinas estão cumprindo seu papel coletivo em diminuir hospitalizações e óbitos entre as populações imunizadas, mas pondera que não existe vacina, independentemente da marca, que seja 100% eficaz. “Entre pessoas completamente imunizadas também há riscos, mesmo que menores, de hospitalizações e óbitos”, explica.

Para Marion, os dados reforçam a necessidade de manter as medidas de prevenção até que a incidência da doença esteja mais controlada. “Isto porque a vacinação tem papel coletivo no controle da pandemia e até que boa parte da população esteja completamente imunizada, o vírus continuará com circulação alta”, afirma.