Filme “Getúlio” já está em cartaz e traz Tony Ramos no papel principal

Já está nos cinemas no filme “Getúlio. Dirigido por João Jardim (“Pro dia nascer feliz”, “Lixo extraordinário”), o longa começa com o atentado da rua Tonelero, 19 dias antes de Vargas cometer suicídio, quando ele começa a sofrer pressões para renunciar à presidência. “Sem dúvida, esse é um momento muito importante da minha carreira”, diz Tony Ramos, que está prestes a completar 50 anos de televisão.
No Brasil, ainda há poucos filmes como “Getúlio”, que retrata a história política do país, e Tony acredita que “os produtores temem em gastar uma pequena fortuna” em longas que não faturam nas bilheterias. “Não existe a grande indústria do cinema brasileiro. Existe um cinema brasileiro de alta qualidade. Não pode achar que acontece num estalar de dedos”.
“Nesses dias, ele começou a se enfiar num silêncio absoluto, em que ele vai sendo surpreendido com as notícias, se sentindo traído em alguns momentos, se decepcionando, entrando em uma melancolia”. Mesmo diante das ameaças contra o governo, Vargas decide se manter no poder e diz que os militares só levarão do Palácio do Catete o seu cadáver. “É um homem que tinha uma absoluta consciência do que ele estava falando”, comenta o ator.
Drica Moraes, que vive Alzira, filha de Getúlio, diz que ler uma biografia escrita por ela sobre o pai a ajudou a entender essa relação de intimidade que eles tinham. “Ali, ela dá detalhes muito prosaicos e curiosos”. O que atraiu Drica a fazer esse filme foi poder contar a história de amor da filha pelo pai e a pluralidade de gêneros que o roteiro dava conta. “Thriller político histórico, drama familiar, drama psicológico, tragédias humana e existencial, tudo isso tem lá”, afirma.
Para o papel do jornalista Carlos Lacerda, o diretor logo escolheu Alexandre Borges “por sua voz forte”, enquanto o ator diz que, desde que começou a fazer cinema, pensava em um dia interpretar o Lacerda. “O que sempre me intrigou nele, independente de posição política, é essa coisa do ser humano estar no poder, num momento glorioso, e, de repente, isso é interrompido por algum motivo e vira completamente o jogo. De herói, que denunciava todas as falcatruas e corrupção que estavam acontecendo no Brasil, e que, quando baleado, vira quase um mártir, o Carlos vira quase que o cara que matou Getúlio. Como se fosse o responsável por Getúlio ter se matado”, afirma o ator.