Itaipu tranquiliza a população da região e reitera a segurança da sua barragem

A ampla instrumentação, o acompanhamento em tempo integral e a dedicação permanente de engenheiros(as) e técnicos(as) do quadro próprio da empresa fazem da barragem de Itaipu uma das mais seguras do mundo.

Desde sexta-feira (25) a população brasileira acompanha, consternada, os  desdobramentos  do rompimento de uma barragem de rejeitos de minério de ferro  e o transbordamento de outra, em Brumadinho, Minas Gerais. A exemplo do que  houve em 2015, quando tragédia semelhante aconteceu em Mariana, no mesmo  Estado, o debate sobre a segurança de barragens voltou às manchetes. A  barragem  da  usina  que  mais  gera energia no planeta entrou em foco e surgiram questionamentos  sobre  a  confiabilidade  da estrutura da Itaipu Binacional.

Por  isso,  a Itaipu vem a público tranquilizar a população de Foz do Iguaçu e região e reiterar a mais recente avaliação do Board de Consultores Civis  –  junta  internacional  de  engenheiros com notório conhecimento em segurança  de barragem, convocados pela binacional a cada quatro anos para analisar  o  desempenho  das  estruturas.  Segundo  o  veredito  do  grupo, anunciado  no  dia  30  de  novembro  de  2018,  a  ampla instrumentação, o acompanhamento  em tempo integral e a dedicação permanente de engenheiros e técnicos  do  quadro próprio da empresa fazem da barragem de Itaipu uma das mais seguras do mundo.

“Podemos afirmar sem receio que, nesses 36 anos desde o enchimento do reservatório,  o trabalho de profissionais da Itaipu voltado à segurança da barragem neste período continua garantindo uma estrutura plenamente segura, sob  controle  e pronta para os novos desafios da usina, como a atualização tecnológica  e  a  possível  expansão  da capacidade instalada”, resumiu o coordenador  do  Board,  o  engenheiro  italiano  Corrado Piasentin. “Nossa equipe  está atendendo rigorosamente às determinações do Board e fazendo um bom  trabalho”,  avaliou  o  diretor  técnico  executivo  da  Itaipu, Mauro Corbellini.

Diferenças

Há  grandes  diferenças  entre  barragens de hidrelétricas, como a de Itaipu, e de rejeitos, como a de Brumadinho.
Barragem  de  rejeitos  é  uma  estrutura  de  terra  construída para armazenar  resíduos  de mineração, formando um reservatório com substâncias sólidas  e  água,  sob  a  forma  de  lama,  resultantes  de  processos  de beneficiamento  de  minérios.  O armazenamento desses rejeitos é necessário para evitar danos ambientais. É construída a partir de um dique formado por materiais  argilosos  ou  rochas  compactadas,  com alteamentos (elevações) feitos para aumentar a capacidade de armazenamento.

Barragem  de hidrelétrica tem por finalidade represar e estocar água, matéria-prima  para  a  produção  de energia, e obter o desnível necessário para  girar  as  turbinas  das  unidades  geradoras. A de Itaipu é feita de concreto,  enrocamento  (rochas)  e  terra.  Tem extensão de 7.919 metros e altura  máxima  de  196  metros,  o  equivalente a um prédio de 65 andares. Consumiu  12,3 milhões de metros cúbicos de concreto. A quantidade de ferro e aço utilizados permitiria a construção de 380 Torres Eiffel.

A segurança de barragem na Itaipu

As  dimensões  superlativas e a importância estratégica para Brasil e Paraguai  da  usina  de  14  mil MW de potência instalada fizeram com que a segurança  de barragem fosse uma das prioridades na Itaipu, desde a fase de projeto  até  a  conclusão  e  manutenção  da  megaobra. O monitoramento da segurança da barragem começou antes mesmo de a primeira unidade geradora da usina  ser instalada e continua sendo altamente relevante – não apenas para manter e alongar a vida útil do empreendimento, mas sobretudo para proteger a vida e o patrimônio nas proximidades da hidrelétrica.

O  trabalho mobiliza diversos setores da Diretoria Técnica de Itaipu, principalmente  das superintendências de Obras e Engenharia. São técnicos e engenheiros   integralmente   dedicados   à  segurança  da  barragem.  Eles inspecionam visualmente   a  estrutura,  conferem  possíveis  oscilações, analisam  tecnicamente  os  dados  apurados em campo, providenciam reparos, quando  necessário,  e  executam  as  determinações do Board de Consultores Civis – entre várias outras atividades.

Quase  3  mil  instrumentos  espalhados por toda a estrutura – alguns eletrônicos  e  monitorados  em tempo real – fazem da Itaipu uma das usinas mais  bem  equipadas  do  planeta  para a segurança de barragem. Apesar das diferentes  formas,  tamanhos e fins, os instrumentos convergem no objetivo final:  fornecer  informações para diagnosticar o comportamento da barragem diante  da  ação  do  tempo  e  da enorme quantidade de água que ela tem de suportar.

Durante  e  após  a  construção da hidrelétrica, o aprofundamento dos estudos   motivou   o   surgimento   de  estruturas  auxiliares  de  grande contribuição  para  a  binacional,  como  o  Laboratório  de  Tecnologia do Concreto  de  Itaipu  (LTCI),  instalado  na  usina,  e o Centro de Estudos Avançados  em  Segurança de Barragens (Ceasb), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI).  Ambos  colaboram  para  as  atividades  de segurança de barragem na Itaipu  e também levam à sociedade, especialmente à comunidade acadêmica, o conhecimento adquirido em quase quatro décadas de cuidados constantes com a estrutura da hidrelétrica.

Engenheiros  de  vários  países  vêm  à Itaipu conhecer de perto esse trabalho,  que  hoje  é  reconhecido internacionalmente  e tornou a Itaipu Binacional  referência  também  em  segurança  de  barragem. Entre eles, os chineses  da  usina  de  Três  Gargantas,  a hidrelétrica de maior potência instalada no mundo.

Reconhecendo  a  importância  da  segurança  de  barragem,  a  Itaipu continuará  investindo  constantemente  em  capacitação e equipamentos para manter sua estrutura plenamente segura e a população, tranquila.