As mulheres brasileiras têm uma rotina cada vez mais agitada, que traz mudanças ao planejamento familiar e se reflete ainda no momento da escolha dos métodos contraceptivos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que atualmente as brasileiras têm, em média, menos filhos, são mães um pouco mais tarde e são mais escolarizadas do que os homens.
Já pesquisa quantitativa National Health and Wellness, realizada com 12 mil brasileiros – sendo 6.017 mulheres – para apontar a visão de pacientes sobre diferentes condições de saúde, revela que 47% das entrevistadas utilizam algum método contraceptivo no País. A faixa que concentra o maior número de usuárias de métodos contraceptivos é entre 18 e 34 anos (63%), seguida pelas mulheres de 35 a 44 anos (21%).
Na última década, a taxa de fecundidade no Brasil apresentou queda de 20,1%: de 2,38 filhos por mulher, em 2000, para 1,90 em 2010. Segundo o IBGE, a faixa etária entre 20 e 24 anos ainda responde pela maior percentagem da fecundidade nacional – 27% em 2010 –, mas no último censo observou-se um aumento da participação da faixa acima de 30 anos. A idade média da fecundidade passou de 26,3 anos em 2000 para 26,8 anos em 2010.
Os métodos que oferecem contracepção prolongada incluem as injeções, os diferentes tipos de DIU (dispositivo intrauterino) e os adesivos cutâneos. Entre as opções disponíveis está Depo-Provera (acetato de medroxiprogesterona) –medicação progestacional injetável produzida pela Pfizer –, indicado como contraceptivo de ação prolongada na dose de 150 mg e que deve ser administrado em intervalos de 12 a 13 semanas (injeções trimestrais).
Outro ponto valorizado pelas mulheres nos contraceptivos de ação prolongada é que, em muitos casos, estes métodos suprimem a menstruação. Segundo Ferreira, as injeções trimestrais fazem com que 60% a 70% das mulheres não menstruem. Os DIUs de progesterona também suspendem a menstruação, assim como as pílulas hormonais quando tomadas sem pausa.
“Para mulheres que sofrem de tensão pré-menstrual, cólicas muito fortes ou endometriose – que tem entre suas causas a menstruação retrógada –, não menstruar pode ser uma forma de controlar esses problemas. Outras mulheres simplesmente se sentem desconfortáveis em menstruar, como as atletas. Ter essa opção é uma importante conquista feminina”, explica o ginecologista Fernando Prado Ferreira.
Após conhecer as alternativas disponíveis, é importante que a mulher escolha o método contraceptivo que melhor se adapta a sua personalidade, rotina e ao seu corpo. O aconselhamento médico é fundamental na avaliação das indicações e contraindicações. O levantamento National Health and Wellness aponta, no entanto, que 40% das brasileiras que utilizam algum método contraceptivo o fazem sem prescrição médica.
“Tabagistas, mulheres acima do peso ou com histórico clínico ou familiar de tumor de mama, risco de trombose e doenças cardiovasculares, por exemplo, não devem utilizar contraceptivos hormonais”, orienta o especialista.