O cardiologista e cientista norte-americano, Dr. Gregory Thomas, virá a Curitiba, no dia 26 de abril, para palestrar sobre sua mais recente descoberta: as doenças cardíacas causadas pela aterosclerose não são um mal da vida moderna e já estavam presentes na população do Egito Antigo e do Peru, há quatro mil anos. Essa conclusão foi possível graças ao estudo realizado onde ele que examinou múmias com a ajuda de um aparelho de tomografia.
O pesquisador palestrará no Simpósio Satélite da Quanta Diagnóstico e Terapia durante o 40º Congresso Paranaense de Cardiologia, com o tema: A DAC é consequência do estilo de vida moderno?. Mais informações e inscrições pelo site http://www.abev.com.br/paranaense2013/
Durante três anos Gregory Thomas e sua equipe fizeram duas expedições ao Cairo (Egito) para examinar múmias do Museu Egípcio e uma para o Peru para estudar corpos mumificados da região, utilizando um tomógrafo – aparelho que é capaz de gerar imagens de grande definição do corpo humano, que ajudam no diagnóstico de doenças cardiovasculares e, neste caso, foi fundamental para o resultado da pesquisa.
“Conseguimos analisar um total de 137 tomografias de múmias. Continuamos procurando por uma cultura ou uma dieta em que a aterosclerose não ocorra, pois em todas as regiões analisadas, foram encontrados indícios da doença”, informa o especialista.
Segundo Dr. Thomas, que é chefe do Serviço de Cardiologia do Long Beach Memorial Hospital e professor da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, os dados da existência da doença são incontestáveis. “A aterosclerose provável ou definitiva foi observada em 47 (34%) das 137 múmias, de todas as quatro populações geográficas: 29 (38%) dos 76 antigos egípcios, 13 (25%) de 51 antigos peruanos, dois (40%) dos cinco nativos americanos, e três (60%) de cinco caçadores Unangan”, afirma. O estudo foi publicado recentemente na renomada revista científica norte-americana The Lancet.
Na palestra que proferirá em Curitiba, Dr. Thomas apresentará os resultados que identificaram a aterosclerose, doença vascular e do coração, caracterizada pela formação de placas de gordura nas artérias. “Encontramos a aterosclerose em pessoas das quatro culturas, em que a dieta ou estilo de vida não eram de risco para cardiopatias. Como exemplo, uma mulher de aproximadamente 50 anos, que foi uma caçadora nas Ilhas Aleutas durante o final dos anos de 1.800, teve dois entupimentos em artérias do coração. Pode ser que a aterosclerose seja secundária ao processo de envelhecimento natural do ser humano, ou que causas e fatores de risco importantes da doença ainda não foram descobertos”, diz.
Os pesquisadores já trabalham no próximo estudo. Com a aprovação dos órgãos governamentais, a equipe de pesquisa pretende obter DNA de múmias de vários locais do planeta, com e sem indícios de aterosclerose. “Pretendemos determinar quais são os genes comuns às pessoas com a cardiopatia, para verificar a possibilidade de mapear a base genética da doença”, conta o cardiologista.