Produtores de erva-mate querem certificação

As regiões centro-sul e sul do Paraná, produtoras de erva-mate, solicitaram a certificação de Indicação Geográfica (IG) conferida pelo INPI. A certificação aponta a procedência da erva-mate e representa um reconhecimento das qualidades particulares do produto proveniente destas regiões, podendo agregar valor na sua comercialização e abrir novos mercados.
O pedido de certificação abrange também a região norte catarinense e contempla 35 municípios do Paraná e 17 de Santa Catarina. O projeto foi apresentado ao secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara e agora passa pela fase de estruturação e arrecadação de recursos para ser apresentado ao INPI.
A erva-mate produzida nessas regiões é de cultivo sombreado e se diferencia das demais porque cresce em meio à mata nativa e possui um sabor menos amargo, evitando a adição de açúcar em sua composição. “A erva-mate sombreada tem mais qualidade e é importante que seja reconhecida como um produto genuíno e mercadologicamente diferenciado”, diz o secretário Norberto Ortigara.
De acordo com o pesquisador e coordenador do projeto, Francisco Paulo Chaimsohn, o centro-sul e sul paranaense produzem uma erva com qualidade genética própria que deve ser conservada. “É um sistema de produção característico da agricultura familiar, que tem poucos problemas com pragas e doenças, permitindo uma erva de mais qualidade e originária do Paraná”, explica.
O pedido para a Indicação Geográfica parte também dos agricultores, que dependem do cultivo da cultura para o sustento da família. Segundo Chaimsohn, caso a certificação seja concedida, ela beneficiará 170 mil produtores somente no Paraná.