Saúde do homem: Homens são minoria nos consultórios

Os homens representam 48% da população de Curitiba. Mas nos equipamentos de saúde pública da cidade, só 36,75% dos 1,9 milhão de atendimentos realizados nos sete primeiros meses de 2014 envolviam pacientes do sexo masculino. A proporção reflete uma situação que profissionais de saúde trabalham para mudar – a resistência de muitos homens em cuidar da própria saúde.
Foi essa preocupação que levou à criação do Agosto Azul, campanha anual para incentivar a prevenção e a promoção da saúde do homem, prevista na lei estadualnúmero 17.099. O objetivo é promover uma mudança cultural, estimulando os homens a procurar atendimento antes que doenças se manifestem de forma mais grave.
A proporção de atendimento de homens em relação a mulheres só se mantém equilibrada até os 10 anos, reduzindo-se na adolescência, quando o atendimento de jovens de 15 a 19 anos do sexo masculino cai para 30% do total. Entre os 20 e 60 anos a proporção é de 32% de homens para 68% de mulheres que procuram atendimento nos equipamentos de saúde. Entre os idosos, que a proporção é de 35,12% dos atendimentos de homens contra 64.88% de mulheres.
O gerenciador de risco Rogério Luiz Stoklein, de 39 anos, se encaixava bem nesta estatística de poucos homens procurando atendimento médico. “Viajava bastante e não tinha tempo de procurar um médico. Só buscava atendimento em uma unidade de saúde quando estava com alguma dor. Há pouco mais de 3 anos descobri um câncer e agora vou semanalmente ao hospital para fazer meu tratamento”, conta.
“Não existe nenhum protocolo que determine a periodicidade que um homem saudável deva procurar um médico, mas é fundamental que ele procure a sua unidade básica de referência, conheça a equipe médica a qual pertence e vá sempre até ela quando precisar. É importante criar o vínculo. Conhecendo o histórico do paciente e hábito da família é muito mais fácil trabalhar com a prevenção”, explica o coordenador da Saúde do Homem da Secretaria Municipal da Saúde, César Titon.