As varizes, caracterizadas por veias dilatadas nos pés e nas pernas, acometem oito mulheres a cada homem que sofre deste mal. Elas podem causar inchaço, dores, desconforto e, em alguns casos, é necessário que haja intervenção cirúrgica para a retirada da veia de safena, evitando o desenvolvimento de trombose venosa profunda. “As mulheres tem mais predisposição para as varizes devido ao fator hormonal, principalmente as oscilações hormonais que ocorrem ao longo da vida, como na menstruação, gestação e menopausa”, explica o Dr. Eduardo Vieira, cirurgião vascular do Hospital do Coração do Brasil.
As causas podem ser diversas. Predisposição genética, gestação, sedentarismo, sobrepeso, má formação vascular e fatores hormonais deixam mulheres com idade entre 15 e 80 anos mais propensas a sofrer com a dilatação das veias. Atividades ocupacionais que exigem que a mulher fique sentada ou em pé por muito tempo sem se alongar e obesidade também são fatores que agravam o problema. “Estimular o musculo melhora a circulação sanguínea, fazendo com que o sangue dos membros inferiores suba ao coração. Ficar muitas horas na mesma posição, sem alongamento, é prejudicial”, esclarece.
O mito mais propagado é de que o salto alto facilita o aparecimento de varizes. Na realidade, ele não interfere no processo vascular, mas é prejudicial porque modifica a forma como a pessoa anda, causando hipertrofia dos músculos da panturrilha. “Sandálias com salto muito alto aumentam a incidência de problemas ortopédicos, principalmente na coluna. A formação das varizes não tem uma ligação direta com este fator”, afirma o especialista.
Há diferentes formas de tratamento, que variam de acordo com cada paciente e o grau das varizes. Quando surgem os primeiros vasinhos, grau 1, a indicação é realizar uma secagem para fechá-los, método que visa apenas a correção estética, uma vez que eles não ficam mais visíveis. Quando o caso é de microvarizes, estágio anterior às varizes, o procedimento consiste na injeção de uma espécie de espuma para secá-las por meio de microcirurgias, impedindo que o quadro se agrave. Já a retirada da safena é a solução para quadros mais graves. “Hoje existe um método cirúrgico mais simples do que o convencional, chamado radiofrequência, que não exige a remoção da veia”, explica Vieira. O estágio 6 é o nível mais grave da doença, causando úlceras e ferimentos externos.
Como forma de prevenção, o especialista recomenda que a paciente tenha cuidado com o peso, mantendo uma boa alimentação e pratique atividades físicas orientadas por um profissional. “A atividade física é uma das melhores formas de prevenção das varizes. O acompanhamento médico é essencial em casos de histórico familiar, a associação de fatores de risco intensificam as chaves de aparecerem as tão temíveis varizes”, conclui.