Sofrimento contínuo devido ao luto pode indicar patologia

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Com a proximidade do Dia de Finados, é comum que a saudade faça parte da rotina de quem perdeu uma pessoa próxima. Contudo, especialistas alertam que o luto tem prazo para ser amenizado e que o sofrimento contínuo pode indicar patologias, que devem ser tratadas por profissional capacitado.
A psicóloga e colaboradora da Comissão Científica do Conselho Regional de Psicologia (CRP), Thereza D’Espíndula, explica que cada pessoa manifesta o luto de maneira particular, e é a duração e a intensidade do sofrimento que indicam a gravidade do quadro: “Em ocasiões especiais, como Natal, aniversário, Dia de Finados, é comum lembrar e haver o luto. No primeiro ano isso é mais sentido, porque são os primeiros momentos sem aquela pessoa. Isso deixa de ser saudável quando se torna algo extremamente opressor, que a pessoa não dá conta, não melhora mesmo com o passar dos anos. Aí ela deve procurar ajuda”.
Segundo Thereza, o apoio para superar este quadro pode vir de caminhos diversos, de acordo com cada pessoa: “o psicólogo vai tentar fazer com que essa pessoa volte a manter contato com os demais. Voltar a trabalhar, por exemplo. Ela aprende a prosseguir a vida, recupera sua qualidade de vida”.
Na Psicologia, pessoas com questões relacionadas ao luto podem recorrer aos especialistas em Tanatologia, que é o estudo da morte. Este profissional é qualificado para lidar com situações deste tipo, independentemente da idade do paciente, caso da psicóloga e integrante da Comissão de Psicologia e Saúde do CRP, Márcia Guedes: “A Tanatologia estuda como as pessoas buscam superar a perda e como elas lidam com a morte em si. O psicólogo especialista em Tanatologia vai ajudar a pessoa a desenvolver uma nova forma de ver a vida, a entender e aceitar o processo da morte”, explica.
Márcia reforça o período considerado adequado para que o luto se manifeste entre aqueles que passaram pela experiência de perder alguém próximo: “até os dois anos, é comum apresentar sintomas como negação, raiva, depressão, querer mais tempo”.