A vida de jovens judias prostitutas do leste-europeu que imigraram para as Américas no início do século 20, é tema da peça As Polacas – Flores do Lodo. Com texto e direção de João das Neves, a peça foi idealizada pela atriz Luciana Mitkiewicz, que pesquisou a chegada destas mulheres ao Brasil por cinco anos.
A encenação mostra como as polacas e negras, mudaram o curso da história lutando contra o estigma e conquistando valores além do meretrício no período entre guerras. Boa parte das jovens judias foi aliciada pela rede Zwi Migdal, de tráfico de mulheres. “Da rotina amarga sobrou coragem para mudarem o rumo da realidade: elas criam uma associação de apoio mútuo e erguem o próprio cemitério, ajudando a promover a cultura e religião judaica entre os brasileiros”, afirma Luciana Mitkiewicz.
A montagem mescla samba e polca, dor e humor, em uma narrativa original que alinha prostitutas judias e negras como protagonistas, tendo como elo fatos reais e doses de ficção.
A história se passa na Praça Onze, centro do Rio de Janeiro, berço do samba e da boemia carioca. O texto narra a chegada das polacas que desembarcam no Brasil fugindo da fome e da perseguição religiosa. Pobres, longe da família, semi-analfabetas e sem saber falar o idioma foram discriminadas pela própria comunidade judaica e, de início, também pelas prostitutas locais que temiam a nova concorrência. As apresentações acontecem nos dias 20 e 21 de julho, às 21horas, no Auditório Salvador de Ferrante (Guairinha).