O deslocamento nas grandes metrópoles se tornou uma das principais agendas do século XXI. Conciliar praticidade, eficiência, sustentabilidade, redução dos impactos ambientais e inclusão social se tornou um desafio para diferentes áreas da engenharia. Com o objetivo de trazer uma abordagem global a essa demanda socioambiental e traçar oportunidades de trabalho no setor, a Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais – APEAM, em parceria com o Conselho Regional de Engenharia – CREA-PR, realiza no dia 26 de setembro, quinta-feira, o Workshop de Mobilidade Urbana – Aspectos Ambientais, Energéticos e Sociais. Realizada na mesma semana em que celebra o Dia Mundial sem Carro (22), a atividade gratuita será no auditório do Instituto de Engenharia do Paraná, das 9h às 18h, e é destinada a profissionais e estudantes de engenharia. A expectativa é reunir cerca de 100 pessoas.
Embora a temática seja recorrente no debate público, as entidades de classe argumentam que o debate holístico, envolvendo diferentes perspectivas da engenharia, é inédito. “O trânsito, a energia, o desenvolvimento de modais e de infraestrutura urbana são aspectos que se relacionam diretamente a uma ou outra área da engenharia e, por isso, queremos propor um debate mais rico e multidisciplinar, envolvendo diferentes aspectos da mobilidade urbana, buscando soluções que integrem a atuação de nossos profissionais em benefício de toda comunidade”, comenta Helder Nocko, presidente da APEAM. Segundo o engenheiro ambiental, ao resolver um problema de ordem social e também ambiental, as engenharias se fortalecem. “A agenda de transportes e mobilidade urbana representa uma ampla área de atuação, com muitas possibilidades de carreira”, completa.
A palestra de abertura do workshop, às 10h, será conduzida pelo professor Silvio de Andrade Figueredo, Doutor em Energia, Mestre em Engenharia Mecânica (USP) e Mestre em Planejamento de Transportes (Universidade do Texas) vem a Curitiba para tratar do tema “Desafios e Dilemas da Mobilidade”. Novos modelos de negócio que respeitam critérios de sustentabilidade ambiental também vão compor o cronograma. Com o crescimento das startups e de soluções que aliam impacto social e tecnologia de ponta, tornam-se recorrentes os exemplos de empresas que ganharam mercado propondo soluções para o transporte urbano de maneira inovadora. Aplicativos de transporte compartilhado, caronas inteligentes e bicicletas e patinetes que são alugados pelo sistema de geolocalização disponíveis nos smartphones são apenas alguns exemplos de negócios lucrativos que colaboram para a dinâmica das cidades. Os novos modelos de negócio na mobilidade elétrica serão explorados durante o workshop por Zeno Luiz Iensen Nadal, que é Engenheiro Eletricista, Especialista em Eficiência Energética e Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia.
Defasagem do transporte curitibano
Em matéria de mobilidade urbana, Curitiba tem deixado a desejar. Especialista em Transportes Terrestres e Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento que pesquisa o consumo de energia na mobilidade urbana em Curitiba, Ivo Reck Neto destaca que embora a capital do Paraná ainda seja mundialmente referenciada como cidade de boas práticas em mobilidade urbana, a fama é fruto de décadas passadas, já que há pelo menos 30 anos a capital do Paraná não apresenta real inovação no sistema, que vá além dos avanços tecnológicos decorrentes da época. “O problema da falta de renovação de frota, por exemplo, gera um desconforto e desinteresse da população pelo sistema de transporte coletivo”, comenta. Sem modernização do sistema, Ivo ressalta que o uso do transporte público em Curitiba sofre queda gradativa. “A evasão de usuários frequentes gera migração para outros modais individuais e, com menos pessoas usando o sistema, menor a arrecadação, menor a frequência das linhas e maior a insatisfação do usuário”. O consequente uso de transportes individuais resulta em aumento da poluição atmosférica. Envolvendo diversos aspectos da vida social e da relação com o meio ambiente, a mobilidade urbana deve ser encarada como agenda prioritária. “A mobilidade urbana é uma necessidade básica. Nos ambientes urbanos é como falar em saneamento básico e água tratada”, avalia o especialista que também será palestrante do Workshop de Mobilidade Urbana.
Confira a programação completa do evento
9h – Abertura (representantes APEAM, Assembleia Legislativa, IPPUC, CREA e UFPR):
10h – Palestra de Abertura: Desafios e Dilemas da Mobilidade – Prof. Dr. Silvio de Andrade Figueiredo
11:30 – Discussão
12h Intervalo – Almoço
Painel Mobilidade – Energia e Meio Ambiente
13:30h – Palestra – Msc. Zeno Luiz Iensen Nadal – Oportunidades para novos modelos de negócios na mobilidade elétrica
14:15h – Palestra – Msc. Ivo Reck Neto – Consumo de energia na mobilidade Urbana
15:00 Discussão
15:15 Intervalo
Painel Mobilidade e Cidades
15:45h – Palestra – Msc. Patrícia Monteiro – Planos de Mobilidade Urbana
16:30h – Palestra – Msc. Bruna Buher – Sustentabilidade no transporte urbano de cargas
17:15 Mesa Redonda de Discussão Final
18h – Encerramento
Serviço: Workshop Mobilidade Urbana – Aspectos Ambientais, Energéticos e Sociais
Data: 26/09, quinta-feira, a partir das 9h.
Onde: Auditório IEP – Rua Emiliano Perneta, 174 – Curitiba, PR
Entrada gratuita.
Inscrições: https://bit.ly/2kFdIwO
Sobre APEAM e CREA-PR
A Associação Paranaense dos Engenheiros Ambientais – APEAM é uma entidade estadual de representação dos Engenheiros Ambientais do estado do Paraná e foi fundada em 2007. Desde sua criação, busca promover ações de integração para seus associados e demais profissionais da área no Paraná, com a organização de palestras, debates, seminários e cursos. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná – CREA-PR é uma autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização das empresas e profissionais da área de Engenharia e suas ramificações.