O projeto de lei que flexibiliza a tarifa no transporte coletivo de Curitiba, aprovado na Câmara Municipal nesta terça-feira (10/9) em segundo turno e encaminhado para sanção do prefeito Rafael Greca, vai trazer modernidade ao sistema de transporte na cidade, com a possibilidade de novas opções de tarifa, tempo de uso dos bilhetes e de utilização dos ônibus na cidade.
A Urbanização de Curitiba (Urbs) deve implantar, até o fim do ano, a tarifa reduzida para horários entre os picos de demanda e estuda ainda a possibilidade de criar o bilhete único (por dia, semana ou mês) e implantar um aplicativo de transporte público coletivo por demanda, que pode funcionar por meio de um miniônibus.
“Estamos analisando todas essas possibilidades. O importante é que com esse projeto, depois de uma legislação com mais de 20 anos, que ficou obsoleta, trazemos modernidade para o sistema de transporte de Curitiba”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs.
“O prefeito Rafael Greca teve coragem de fazer esse enfrentamento e trazer para a discussão democrática na Câmara Municipal mudanças que permitem o uso de novas tecnologias de mercado para a rede de transporte da cidade”, completa.
O projeto de lei encaminhado em junho pela Prefeitura à Câmara Municipal recebeu um substitutivo do vereador Bruno Pessuti, que acrescentou outras propostas que foram aprovadas pela Prefeitura de Curitiba. Com a sanção do prefeito ao projeto, a lei pode entrar em vigor 30 dias após a publicação do Diário Oficial.
Tarifa diferenciada
A cobrança de tarifas mais baixas fora dos horários de pico do transporte coletivo deve ser o primeiro projeto a ser implantado. A intenção é cobrar tarifas mais baratas entre 8h30 e 11h, entre 14h e 17h e após as 20h nos dias de semana.
Segundo o presidente da Urbs, a proposta tem o potencial de aliviar o movimento nos horários de pico, com melhor distribuição do uso dos veículos ao longo do dia, diminuindo a ociosidade da frota. A ideia também é tornar o transporte coletivo mais atraente e estancar a perda do número de passageiros no sistema.
Os efeitos positivos para o sistema incluem melhoria da operação e da qualidade do serviço (principalmente nos horários de grande demanda) e melhor distribuição do número de passageiros, com maior conforto aos usuários.
Os valores a serem aplicados, horários, linhas e data de início da tarifa mais baixa serão definidos por meio de regulamentação específica.
Aplicativo de transporte coletivo
Outra ideia em estudo é a criação de um aplicativo de transporte público coletivo, pelo qual o usuário pode solicitar o veículo e dirigir-se a um dos pontos de ônibus virtuais do sistema. A ferramenta segue a mesma lógica dos demais aplicativos de transporte sob demanda, possibilitando a identificação do motorista, acompanhamento do veículo, previsão de chegada e avaliação da viagem.
A bilhetagem única, com integração temporal em qualquer ponto da cidade, também está sendo analisada pela Urbs. O modelo permite ao passageiro pegar mais de um ônibus durante um determinado período de tempo, mesmo fora de terminais, sem pagar nova passagem.
Foto: Lucilia Guimarães/SMCS